Pai que matou filho autista para não pagar pensão é indiciado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, diz polícia
Polícia conclui inquérito sobre morte de Arthur Davi, de 11 anos, em João Pessoa
Davi Piazza Pinto, suspeito de ter matado o próprio filho, de 11 anos, dentro do apartamento onde estava hospedado em João Pessoa, no dia 1º de novembro, foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. A informação foi confirmada pelo delegado Thiago Cavalcante.
De acordo com o delegado, o crime de homicídio foi qualificado por motivo torpe, emprego de asfixia, e pelo fato da vítima ser menor de 14 anos.
O delegado ainda informou que o indiciamento por homicídio também foi agravado pelo fato de ser um crime praticado pelo próprio pai e pelo fato de ser uma criança portadora de deficiência visual.
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Pai teria enrolado filho em lençóis para transportá-lo em carro por aplicativo
Polícia Civil
A Polícia Civil divulgou imagens registradas por câmeras de segurança que mostram o momento em que Davi Piazza sai do local onde o crime foi praticado em um carro de aplicativo, no Jardim Oceania. As imagens apontam o homem segurando uma trouxa de lençol. Segundo o delegado, o corpo da criança estava enrolado nesses lençóis.
"Ele assassinou o filho dentro do imóvel, no Jardim Oceania, solicitou uma corrida por aplicativo e transportou o corpo da criança envolvida em lençóis", disse o delegado.
Os motoristas por aplicativo, tanto o que levou o suspeito até o local onde o corpo foi enterrado, no Colinas do Sul, como o que transportou ele de volta, foram ouvidos durante o inquérito.
"Esses motoristas foram ouvidos, prestaram depoimento, confirmaram a condição de motorista, provaram essa condição e também que estavam realizando a corrida após a solicitação do autor", disse o delegado Bruno Cavalcanti.
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Ainda segundo o delegado, ficou comprovado que o pai agiu sozinho e que o crime foi premeditado.
"Com relação à motivação, a única informação que temos é o relato do próprio autor para os policiais e militares catarinenses. Ele relatou que teria feito isso, entre aspas, para tirar um peso da sua vida, e aí levando em consideração essa frase e o contexto de que ele pagava pensão para a criança, a polícia entende que foi essa a motivação", afirmou o delegado.
Criança morreu por asfixia
A causa da morte do menino foi asfixia. A informação foi divulgada pelo Instituto Médico Legal (IML) após a necropsia realizada neste domingo (2).
Segundo o IML, a necropsia apontou que a criança foi morta por asfixia por sufocação. Outros exames, como o toxicológico, também foram feitos, mas os resultados ainda não saíram. O corpo foi liberado para os familiares ainda no domingo.
O corpo do menino de 11 anos que teria sido morto asfixiado pelo próprio pai foi enterrado na manhã da segunda-feira (3), no Cemitério do Cristo Redentor, em João Pessoa.
Entenda o caso
Corpo de criança é encontrado dentro de saco plástico em uma cova rasa, em João Pessoa
Flávio Fernandes/TV Cabo Branco
As investigações apontam que o crime ocorreu logo após o encontro. Segundo a Polícia Militar, depois de matar o filho, Davi levou o corpo até o bairro Colinas do Sul, onde o enterrou em uma área de mata, nas imediações de uma antiga fábrica abandonada. O corpo foi encontrado dentro de um saco plástico preto, parcialmente coberto por terra, em uma cova rasa.
Desde o desaparecimento da criança, equipes da Polícia Militar realizaram buscas na região. A perícia ainda informou à TV Cabo Branco que a criança apresentava uma queimadura no ombro, mas que, segundo os peritos, a marca teria sido causada pela exposição ao sol.
Enquanto isso, em Florianópolis , o suspeito se apresentou espontaneamente em uma delegacia e foi preso. A Polícia Civil da Paraíba segue investigando as circunstâncias do crime.
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