'A Hora da Estrela', com Marcélia Cartaxo, celebra 40 anos: 'Levante para o nosso cinema'
06/09/2025
(Foto: Reprodução) O longa tem como protagonista a atriz paraibana Marcélia Cartaxo, natural de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba.
Reprodução/A Hora da estrela
O filme "A Hora da Estrela" completa, neste mês de setembro de 2025, 40 anos de lançamento. Estrelado pela atriz paraibana Marcélia Cartaxo, o longa de Suzana Amaral é baseado no livro homônimo de Clarice Lispector e foi eleito como um dos melhores 100 filmes brasileiros de todos os tempos pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).
O longa conta a história da jovem Macabéa, uma nordestina datilógrafa que encontra um namorado em São Paulo. Quatro décadas depois do lançamento que marcou a história do cinema nacional, no 18º Festival de Brasília do Cinema, o filme desperta boas lembranças e segue representando, para Marcélia Cartaxo, um divisor de águas.
"Quarenta anos se passaram com essa minha primeira participação em um projeto de audiovisual, com o filme 'A Hora da Estrela', e o cinema brasileiro tem ficado firme no mercado com muita resistência [...] São 40 anos (do filme) pra cá, mas ao todo são 52 anos de dedicação a arte, desde a minha infância quando comecei com 12 anos de idade. Então é uma celebração muito grande", disse Marcélia Cartaxo, atriz paraibana que protagonizou "A Hora da Estrela".
A atriz relembra dos muitos outros filmes, peças de teatro e novelas que fez desde então, e afirma ser grata por "seguir um caminho assim a vida toda". Para ela, um dos legados mais importantes do filme para o audiovisual brasileiro é o reconhecimento estrangeiro. Foi pela atuação no longa que a paraibana foi eleita melhor atriz pelo Festival Internacional de Cinema de Berlim, na Alemanha, recebeu o Urso de Prata.
"O legado que 'A Hora da Estrela' deixa é a importância que a gente tem lá fora. Eu sou a primeira atriz a ganhar o prêmio internacional (com o filme), vieram muitos outros prêmios [...]. Agora nessa retomada a gente recebeu o nosso primeiro Oscar, e eu acho que isso é um levante para o nosso cinema, a importância que a gente tem lá fora é muito grande", explicou a atriz.
Marcélia Cartaxo também ganhou prêmio de melhor atriz pelo longa 'Pacarrete', no Festival de Cinema de Gramado
Edison Vara/Agência Pressphoto
A atriz, que recentemente foi homenageada pelo Festival de Cinema de Gramado, um dos principais do país, com o Troféu Oscarito, também acredita que o cinema nacional deve seguir o legado de "A Hora da Estrela" no que diz respeito ao relato de histórias "do nosso Brasil". Para Marcélia, narrativas como a do longa são capazes de garantir a preservação da memória do país.
"Temos muito para contar sobre o nosso Brasil, sobre a nossa sociedade, sobre a nossa política, sobre todas as nossas histórias e nossas memórias... nada vai ficar esquecido. O cinema brasileiro é um apanhado para que a gente possa transformar, mostrar que tem coisas que são boas e importantes", explicou Marcélia.
Agora, Marcélia Cartaxo vê os frutos de 52 anos de trabalho. Em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, cidade natal da atriz, um centro cultural cuja sala de cinema leva o nome dela foi inaugurado recentemente. Um reconhecimento que, para a atriz, significa recompensa.
"Minha cidade de Cajazeiras me fez uma grande homenagem, me dando a honra de ter um equipamento de meu nome na cidade, de muita alegria e necessidade [...]. Demorou muito a chegar esse cinema que se chama Marcélia Cartaxo, e com muito orgulho represento minha cidade, a arte em si em todo o Brasil. É um reconhecimento histórico na minha vida e consequentemente na minha cidade onde o celeiro de artistas é grande", relatou.
Marcélia Cartaxo, homenageada com o Troféu Oscarito no Festival de Cinema de Gramado
Edison Vara/ Ag.Pressphoto
Com mais de 50 anos dedicados ao audiovisual, Marcélia Cartaxo segue com a mesma esperança de quando atuou em "A Hora de Estrela", há quatro décadas atrás. Ela segue apostando no poder da arte para transformar realidades.
"O audiovisual está se expandindo no mundo inteiro, principalmente, porque há uma retomada. Temos altos e baixos e somos resistentes. A gente sempre vai lutar por ele porque a arte é importante, transforma, e é essa grande transformação que a gente precisa ter", finalizou.
Vídeos mais assistidos do g1 paraíba
